Todos os dias são de decisão na Vuelta España 2011, com a briga em aberto em todas as camisas. No 19º estágio de 158,5 km partindo de Noja e com chegada histórica em Bilbao, após 33 anos de ausência do País Basco por causa dos protestos separatistas e o risco de um atentado terrorista do grupo ETA. No percurso duas montanhas de categoria 3 (Puerto de la Granja - km 42 e Puerto de las Muñecas - 59,5) e duas passagens pela mesma subida de categoria 2 (Alto El Vivero - km 114,1 e 144,2).
A primeira meta volante do dia esteve em Laredo, logo no km 19,7, enquanto a segunda estava colocada em Bilbao, durante a primeira passagem, no km 126,9.
As metas volante continuavam com sua importância, tanto na briga na classificação por pontos como na geral, e com a primeira meta do dia no começo, o pelotão acelerou para buscar as três primeiras colocações. Joaquin "Purito" Rodriguez (Katusha) foi o 1º, seguido de David De La Fuente (Geox-TMC), defendendo Juan Jose Cobo, e Bauke Mollema (Rabobank) na 3ª posição, também querendo a camisa verde, deixando Christophe Froome (SKY) sem espaço para buscar a bonificação no tempo.
Após a marca dos 29 km a SKY deixou, enfim, alguns atletas se desgarrarem. Com tanta representatividade contida no estágio, era óbvio de se imaginar que a equipe basca Euskaltel-Euskadi iria tentar de qualquer maneira a vitória em Bilbao, e para isso lançou uma fuga com dois de seus atletas, Igor Anton e Gorka Verdugo. Os bascos foram acompanhandos por Marzio Bruseghin (Movistar) e Alexsandr Dyanchenko (Astana).
O dia era de honra, principalmente para Anton. O capitão da Euskaltel-Euskadi decepcionou bastante durante a Vuelta e não esteve bem, sobrando em diversas etapas e ficando muito para trás na classificação geral, sendo que entrou na competição como um dos favoritos. Além da passagem e a chegada no País Basco depois de tanto tempo, Anton iria passar bem perto da cidade em que nasceu, um dia que tinha tudo para ser especial caso a vitória viesse.
Os escapados chegaram a abrir cerca de 6'00'' a frente, porém, quando a SKY voltou a acelerar, com o objetivo de tentar fazer Cobo se cansar, essa diferença foi caindo consideravelmente e chegou a ser de 1'43'' na primeira passagem pelo El Vivero. Essa estratégia da equipe britânica proporcionou uma seleção maior no grupo principal, tendo menos de 30 ciclistas após a primeira meta de montanha de categoria 2 da etapa.
Muita gente compareceu durante a escalada para incentivar os ciclistas, em especial os bascos, e especificamente Igor Anton, que marchava na liderança da prova. Na segunda passagem pela montanha, "Purito" tentou lançar um ataque e foi respondido por Chris Sorensen (Saxo Bank-Sungard). O pelotão comandado pela SKY abaixou o ritmo circunstancialmente, permitindo a Anton, que a essa altura já seguia sozinho à frente, abrir um pouco mais.
Quando o time preto voltou a aumentar o passo, Froome atacou, perto da meta, mas foi sempre seguido de bem perto por Juan Jose Cobo. Os dois já tinham aberto um pouco em relação ao pelote, e o britânico tentou acelerar novamente, mas o espanhol líder estava sempre na roda.
Todos foram reagrupados novamente ao pelotão, menos Anton, seguindo forte na cabeça da prova, e Bruseghin, que sobrou um pouco em relação ao basco, mas tinha uma boa margem de tempo para os demais.
O caminho ficou aberto para Igor Anton fazer história e vencer a etapa da Vuelta em sua terra natal, sem dar chances para os adversários. Ele tinha tanto tempo foi comemorando de longe, fazendo a festa com o diretor de sua equipe no carro, e "explodindo" de felicidade.
"A primeira vitória é sempre especial, como foi o no Zoncolan, mas essa é melhor porque é especial, tem sentimento envolvido", disse Anton.
Cobo chegou na roda de Froome junto com o pelotão, 13'' a frente do rival na geral, e parece ser quase impossível de tirar o vermelho da vestimenta do espanhol.
Enquanto na classificação por pontos, Purito continua líder, e apesar de ter vencido um sprint intermediário, viu seu principal adversário, Bauke Mollema fazer 6 pontos na linha final e se aproximar do espanhol, ficando apenas 2 pontos atrás.
Nas montanhas tudo igual, David Moncoutié (Cofidis) e Matteo Montaguti (AG2R) não pontuaram no estágio e a diferença dos dois continua em 7 pontos. Ainda se tem 28 pontos em jogo para os primeiros colocados das metas montanhosas da próxima etapa, que decidirá o rei das montanhas.
Para finalizar, a combinada parece estar no "papo" de Cobo, com 7 pontos, contra 14 de Froome.
A próxima etapa terá 185 km entre Bilbao e Vitoria, com duas metas de montanha de categoria 1, uma de categoria 2 e uma de categoria 3. Será o último dia de disputa por pontos pela camisa branca de bolinhas azuis, e a última antes da chegada em Madrid.
0 comentários:
Postar um comentário