domingo, 4 de setembro de 2011

Vuelta España: Avilés - Alto de L'Angliru (15ª etapa)


Chegamos a 15ª etapa da Vuelta España 2011, a mais aguardada por todos, aquela todos esperavam uma definição ou reviravoltas nas classificações. Foram 142,2 km entre Avilés e o mítico/lendário Alto de l'Angliru, com três metas de montanhas. A primeira no km 79,1 foi o Alto de Tenebredo (categoria 2), seguido pelo Alto del Cordal no km 120,9, e finalizando o Angliru na chegada, fora de categoria, com 12,2 km de subida com 10,2% de inclinação média, e com trechos de até 23,5 %.

Além das metas montanhosas, duas metas volante também estiveram no caminho, no km 45,6 (Cabruñana) e no km 104,6 (Mieres).


Agressivo, Sylvain Chavanel (Quickstep) tentou algumas vezes protagonizar a primeira fuga do dia, mas sempre foi absolvido pelo grupo principal. Essa tarefa coube a Andrew Talansky (Garmin-Cervélo), Dimitri Champion (AG2R) e Simon Geschke (Skil-Shimano), chegando a abrir mais de 6'00'' na marca dos 52 km.

Um grande acidente aconteceu com 38 km restantes envolvendo vários atletas da Lampre e RadioSchack, mas sem nenhum postulante a "la roja" sendo prejudicado.

Então a Vacansoleil-DCM tomar conta da cabeça do pelotão, colocando um ritmo muito forte, fazendo a diferença para os escapados diminuir vertiginosamente. Talansky e Champion foram os primeiros a serem pegos nos pés do Alto de Cordal, mas logo Geschke também voltou ao pelote.

Durante a escalada da montanha de categoria 1, Mathias Frank (BMC), Carlos Sastre (Geox-TMC) e Marzzio Bruseghin (Movistar) atacaram, tendo a companhia, mais tarde, de Daniel Martin (Garmin-Cervélo) e o líder das montanhas, David Moncoutié (Cofidis). Sabendo da dificuldade que seria a última montanha somada ao fato de que os líderes no geral iriam brigar por ela, fez com que o francês desse seu máximo em Cordal para contabilizar mais 10 pontos e defender sua camisa branca de bolinhas azuis.

Com um asfalto não estando no melhor estado e com alguns pontos de umidade, fuga e pelotão não arriscou muito na descida, porém, Bruseghin tentou alguma coisa e chegou a se desgarrar um pouco mais, mas a Liquigas-Cannondale montou a sua escalera com Peter Sagan e Eros Capecchi levando o capitão da equipe, Vicenzo Nibali para os pés do Angliru.

Altimetria do Angliru
Apenas um grupo bem selecionado continuava a frente durante a escalado do Angliru, e na cabeça da prova, quem continuava era Carlos Sastre. O atleta da casa não parecia estar marchando para a vitória, e isso ficou claro quando Igor Anton (Euskaltel-Euskadi) finalmente apareceu, lançando um novo ataque, e passando com facilidade por seu compatriota. Enquanto isso, no rabo do pelotão, quem sobrava era Moncoutié, já com seu objetivo do dia garantido.

Novamente Daniel Martin voltou a saltar do grupo principal, e junto com ele foi Juan Jose Cobo (Geox-TMC), que já havia tirado bastante tempo para Wiggins no 14º estágio, e iria em busca da liderança no dia. Anton logo passou a sobrar, e no pelotão, Nibali mostrava novamente que não estava em suas melhores condições pelo segundo dia seguido, e também ficou para trás.

Muita gente compareceu durante todo o percurso da escalada para apoiar os ciclistas, às vezes até fechando a estrada por completo, o que inclusive, ocasionou dois acidentes com as motos da organização, uma até com um câmera da transmissão oficial que caiu.. Nos trechos mais inclinados o público se amontuava para gritar, tocar e até empurrar os atletas, e com esse clima foi que o espanhol Cobo foi a frente abrindo cada vez mais para o grupo do camisa vermelha, grupo esse cada vez mais selecionado.

Valente, Wiggins não tinha pernas mais para tentar perseguir Cobo, e liberou seu companheiro de equipe que o seguia, Christopher Froome, para tentar tirar ao máximo a desvantagem para o cabeça da prova. Wouter Poels (Vacansoleil-DCM) e Denis Menchov (Geox-TMC) seguiram o britânico até o final.

A vitória heróica, ficou com Juan Jose Cobo, 1'21'' a frente de Bradley Wiggins. Froome ainda tentava deixar a camisa vermelha com a SKY, mas foi batido pelos demais atletas no sprint, fechando 48'' depois do espanhol, e sem bonificação. Com isso, Cobo se tornou o novo líder da camisa vermelha, 20'' a frente de Froome.

Cobo comemora a vitória na etapa e a conquista da camisa vermelha. Foto: Roberto Bettini/Cycling News
Nas demais camisas, mudança apenas na branca combinada, que agora também pertence à Cobo. Nibali chegou com 2'37'' de atraso ao vencedor do dia, e deu definitivamente adeus a camisa "roja", e caiu para 8º na geral.



 


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