quinta-feira, 21 de julho de 2011

18ª etapa: Pinerolo (Itália) - Col du Galibier



Foram 200,5 km entre Pinerolo, na Itália, e o Galibier que começaram a decidir o Tour de France 2011. Além de longo, o percurso contou com três montanhas muito duras fora de categoria. O Col Agnel, com 23,7 km e 6,5% de inclinação média, até 2.744 m; O Col d'Izoard, com 14,1 km e 7,3 % de inclinação média, até 2.360 m; E o Col du Galibier, com 22,8 km e 4,9% de inclinação média, até 2.645 m.


Uma grande fuga saiu desde o começo da etapa em busca da glória de uma vitória de estádio do Tour de France ou dos muitos pontos de montanha em jogo com as três montanhas fora de categoria.

Dois gregários da Leopard-Trek, Maxime Monfort e Joost Posthuma, saíram com os desgarrados desde o início e essa estratégia diferente da equipe que tem os irmãos Andy e Frank Schleck brigando pela camisa amarela. Mas o que ninguém esperava acontecer tão cedo veio à tona. Um ataque de Andy Schleck na subida do Col d'Izoard, mas não levou muita preocupação a seus adversários que não o acompanharam, e sequer mudaram o passo da subida.

Rapidamente Andy começou abrir vantagem e encontrou seus gregários para o ajudar, principalmente Monfort, que auxiliou o vice-campeão do Tour de France 2010 na descida da segunda montanha do dia.

Maxim Iglinskiy (Astana), passou em primeiro nas duas primeiras metas de montanha do dia e seguiu junto com Andy até a escalada do Galibier, quando o luxemburguês acelerou e deixou o cazaque para trás. Sem ninguém para ajudá-lo, o mais novo dos Schlecks subiu bravamente o Galibier para vencer na chegada mais alta da história do Tour de France, a 2.645 metros de altitude.

No pelotão, ou no que restou do pelotão, com Alberto Contador, Cadel Evans, Samuel Sanchez, Ivan Basso, Frank Schleck e Thomas Voeckler, viu o irmão de Frank abrir até 4'24'' de vantagem, sendo o virtual camisa amarela com 1'48'' a frente de Voeckler.

Faltando 8,6 km para a linha final, o grupo com maior número de favoritos ao título começou a acelerar, com Cadel Evans colocando um passo muito forte a frente, o que fez com que alguns atletas sobrassem, dentre eles o camisa branca, Rigoberto Uran (Sky) e mais a frente, um dos atletas que estavam bem colocado na classificação geral e que ainda brigava pela camisa amarela, o espanhol Samuel Sanchez, também sobrou faltando 6 km para a chegada.

Outro favorito ao título surpreendentemente acabou não resistindo a velocidade dos demais. Alberto Contador (Saxo Bank), grande escalador, vencedor do Giro d'Italia 2011 com sobras (prova com muitas montanhas mais duras do que as do Tour) acabou sentindo o peso de uma competição tão difícil quanto o Giro na sequência com o Tour e chegou atrasado com relação aos principais favoritos, perdendo mais tempo ainda.

A chegada do grupo dos favoritos foi emocionante. Frank Schleck saltou do grupo e foi segundo colocado na etapa, completando a dobradinha da Leopard Trek e da família Schleck.Com 8'' de atraso com relação a Frank, Cadel Evans tentou um ataque e chegou 3'' a frente de Ivan Basso. Já o valente camisa amarela Thomas Voeckler sentiu os 9% de inclinação do último quilômetro do Galibier, cruzando a linha final 6'' após Evans e torcendo o cabo para tentar manter a camisa amarela. 
Schleck sentiu a subida sozinho do Galibier e com a aceleração dos perseguidores perdeu tempo, e ficou 2'21'' a frente de Voeckler. O Francês contrariando todos os prognósticos conseguiu manter a camisa amarela, mesmo com a chegada das montanhas, por 15''. Já Alberto Contador passou 3'50'' depois do vencedor do estágio e 1'29'' atrás do camisa amarela dando praticamente adeus a chance do tetra em 2011.

Apesar de Voeckler conseguir manter a camisa amarela por mais um dia, chegou extremamente desgastado e exausto ao topo do Galibier. Andy Schleck está somente 15'' atrás. É, e mostrou ser mais uma vez, ser especialista nas montanhas. Partindo da idéia de que o guerreiro Thomas Voeckler não consiga manter sua camisa na próxima etapa, Cadel Evans aparece como seu principal adversário pela glória, mas o luxemburguês tem um grande aliado, o seu irmão Frank.

O próximo estágio do Tour será nesta sexta-feira (22), entre Modane e o lendário Alpe-d'Huez. Uma etapa curta, com 109,5 Km, mas extremamente difícil. Com a escalada do Col du Télégraphe (categoria 1), novamente o Col du Galibier, dessa vez pela sua face mais perversa (fora de categoria) e a chegada no mítico Alpe-d'Huez (fora de categoria).

Uma etapa que será decisiva desde o momento da largada. A última etapa de estrada contando para a luta pelo sonho amarelo. Percurso desenhado para ataques dos favoritos desde o começo, curta e difícil, aqui o Tour de France pode-se decidir.

 


 

 



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